Introdução
Finalmente o Smoant Pasito chegou nas mãos do Vaporacast!
Chegou porque a minha digníssima me presenteou de aniversário – Ou seja: foi comprado e a opinião abaixo é honesta!
Este é um pod system que se assemelha muito com os antigos aparelhos all in one, combinando elementos de potência variável e tem até uma base RBA disponível para que o usuário possa instalar as suas próprias resistências e algodão, diminuindo assim a necessidade de encontrar os cartuchos de reposição.
Sobre o visual, ele é claramente inspirado no Orion da Lost Vape. A aparência é similar, e para um olhar desatento pode até confundir.
Unboxing
A apresentação é realmente muito bonita. Passa a impressão de que se trata de um produto bastante caprichado. A caixa principal é protegida por um sleeve, onde você pode conferir qual é a cor e alguns detalhes do produto recém-adquirido.
Após retirar o sleeve, surge a caixa principal, a qual tem um par de fechos magnéticos. O aparelho está protegido por janelas que mantêm a temática da cor do aparelho, além de que no verso, exibe as instruções básicas para o funcionamento.
Conteúdo da caixa:
- 1x Pasito Kit;
- 1x Cabo usb tipo C;
- 2x Coils (sendo uma 0,6ohm, mesh para um DL restrito e a e outra de 1,4ohm para MTL);
- 1x Manual do usuário;
- 1x Cartão de certificação de qualidade;
- 1x Cartão da garantia.
E não, a base RBA do Pasito não vem junto com o aparelho, não faz parte do kit inicial. Ela deve ser adquirida separadamente.
Abaixo, a ficha técnica do Kit:
- Contrução: Aluminio e PTFE (mais conhecido como teflon);
- Dimensões: 18 x 37,4 x 103,6 mm;
- Capacidade de líquido: 3 ml (ou 2ml TPD – versão européia);
- Bateria: 1100 mAh;
- Resistências: 0,3 – 3,0 ohm;
- Potência: 10 / 13 / 16 / 20 / 25 W;
- Tensão da bateria: 3,2 – 4,2 V;
- Acessórios adicionais: Base RBA (motivo da hype deste vaporacaster).
Impressões Iniciais
O aparelho segue a linha do Lost Vape Orion – esse estilo que parece um radinho de pilhas. Infelizmente, não tenho um Orion aqui para mostrar fotos e comparação, porém, comparando as fichas técnicas, o Pasito é levemente mais alto (9 mm), um pouquinho menos largo (1 mm) e levemente mais gordinho (4.5 mm).
O Smoant Pasito é bastante leve e passa uma impressão de que parece ser mais frágil, mas não parece ser o caso. A escolha dos materiais é quem faz diferença aqui – o corpo é em liga de alumínio, enquanto o seu irmão chique é de aço inoxidável.
(apenas uma rápida informação inútil: o aço inoxidável não inoxidável. Apenas é mais resistente contra manchas – é daí que vem o nome “stainless steel“, em inglês.)
Os painéis frontais são adesivos, de ótima qualidade mas ainda assim são adesivos. As fotos passam a impressão de ser algum tipo de resina, mas também não é o caso. É bonito mas fica aquele sentimento que poderia ser melhor.
A qualidade construtiva do corpo é bastante agradável. O alumínio revestido com teflon passa uma característica de suavidade ao toque, e se bem cuidado tem o potencial de aguentar legal alguns riscos provenientes do uso. O teflon, inclusive é um dos materiais mais antiaderentes que existem hoje no mundo (e sim, é o mesmo que tem nas frigideiras da tua casa), portanto é uma barreira contra as marcas de dedo. Se você cometer um crime e encontrarem o teu pod, não vai ter CSI para te localizar (exceto se deixar a digital na parte de adesivo…)
O clicar dos botões é bastante satisfatório e tem um curso curto. Dá para ouvir e sentir que o botão foi apertado. E falando em botão, não se trata de um acionamento via sensor de pressão – que costuma ser o primeiro item a se estragar neste tipo de aparelho.
Tecnicidades
A construção interna do Pasito é bastante sólida. Ao abrir o aparelho, nota-se que a construção é bastante similar a um mod convencional, com a uma placa de responsa com todas as proteções que costuma ter. O aparelho é equipado com um conversor CC-CC do tipo Buck-Boost, que pode tanto abaixar ou elevar a tensão de saída.
A vantagem do conversor instalado dentro do Pasito é que o aparelho é capaz de ler a resistência que foi colocada, e disparar a tensão correta para atingir aos níveis de potência que promete entregar. Sendo assim, é similar a um mod regulado com as potências predefinidas em 10 / 13 / 16 / 20 / 25 W.
No kit também acompanha um abo USB tipo C, o que é muito legal, afinal, é o padrão que os celulares estão utilizando no momento. Mas, ao contrário do que muita gente pensa, USB tipo C não significa que é capaz de realizar um fast charging. Significa apenas que é uma porta compatível com “USB Tipo C”. O Smoant Pasito não tem disponibilidade de carregamento rápido.
A instalação das resistências é bastante simples, porém não tão simples quanto um atomizador comum. Uma das características principais de um pod system é que a substituição costuma ser plug and play, ou seja, tira e coloca e tá pronto para uma nova rodada de líquidos.
Para instalar a resistência, deve-se retirar o cartucho, puxar a parte metálica dourada, desenroscar a coilhead e recolocá-la no cartucho. Para colocar líquidos, basta rosquear a piteira e adicionar o teu líquido de preferência pelas laterais – prático, mas poderia ser melhor.
Se for usar uma das bobinas que acompanham o kit, não se esqueça de molhar com algumas gotas de líquido para iniciar o processo de priming para evitar possíveis dryhits. Ou, se você for uma pessoa paciente, apenas instale a coilhead e aguarde cerca de cinco minutos.
A Base RBA
A base RBA do Pasito merece destaque. Em primeiro lugar, o simples fato de ter uma base reconstruível disponível já é um ponto a favor para o aparelho. A pena é que é um acessório que deve ser comprado separado. Se você ouviu algum dos episódios em que falamos sobre pod system, saberá que um pod somente é bom quando se tem coils/cartuchos disponíveis no mercado. Ter esta base RBA faz com que essa regra seja quebrada, uma vez que sendo reconstruível, pode-se escolher o material da resistência que mais te agrada, além do algodão da tua preferência.
Outro ponto positivo da base RBA: a base acompanha um adaptador para rosca 510 que pode ser encaixada em um mod normal ou em um ohmímetro próprio para vape, para que além de ter uma base estável para construir a tua build, também se possa medir a resistência e dar aquele dryburn na coil.
O deck da base RBA é pequeno, mas era de se esperar. Conta com dois postes velocity style e a resistência deve ser montada de maneira paralela aos postes. É trabalhoso mas não é impossível. Usuários iniciantes terão bastante dificuldade em montar esta base. Os avançados talvez deixem uma lágrima ou duas. Mas não é o fim da picada: um simples ângulo de 90º em cada perna da resistência facilita muito a instalação da mesma.
Não tem segredo para instalar o algodão. É similar a muitos RTA’s famosos pela comunidade. É a parte mais fácil.
A resistência utilizada neste review é uma Nichrome 80, 28 awg, 2,5 mm internos, 6 ou 7 voltas, resultando em 0,63 Ω.
*nota: é importante ressaltar que os parafusos que prendem a resistência no lugar, quando apertados com muita força, podem romper o fio, portanto certifique-se de apertar somente o necessário.
Conclusões
Antes que seja tarde, o Pasito não conta com um display. Ao invés, conta com cinco leds que têm duas funções:
1) exibir o nível da bateria;
2) exibir qual é a potência escolhida.
O botão menor faz uma seleção cíclica da potência de entrega do aparelho, enquanto que o botão de acionamento, exibe também o nível da bateria – ou seja: o usuário está sempre ciente de quanto de bateria ainda tem disponível.
Quanto ao sabor, somente testamos com a base RBA instalada, pois é o diferencial deste aparelho. Se quiseres saber mais sobre a produção de sabor das outras coils, recomendamos que assista o review do Daniel Djlsb.
O sabor do RBA é bastante aceitável para um kit deste tamanho. Não é capaz de entregar toda a complexidade de um líquido de primeira linha, porém a entrega da nicotina é bastante satisfatória. É trabalhosa de se montar e pode frustrar usuários que não tem experiência, porém, aceita qualquer metal que seja próprio para o uso em modo potência (SS, Ni80, Ni90, Kanthal).
A puxada não é exatamente tão restrita como um MTL deveria ser. Com um airflow fechado é MTL “solto”, bastante similar ao Smok Novo. Já com o airflow completamente aberto está mais para um DL (bem) restrito. É uma puxada prazerosa e leve em qualquer uma das opções.
É perfeito para quem quer um aparelho discreto, com produção de vapor discreta e que pode ser utilizado como DL (bem) restrito.
TL;DR
Prós:
- Disponibilidade para base RBA – acabou o desespero por coils de reposição;
- Leve e bem construído;
- 5 Faixas de potência que independem da resistência instalada;
- Cabo USB Tipo C, reversível;
- Praticamente impossível de ter vazamentos;
- Tem o potencial de agradar aos usuários que gostam de DL restrito;
Contras:
- Não é exatamente um MTL – quem for MTL raiz pode não ficar satisfeito.
- A base RBA não faz parte do kit inicial – tem que ser adquirida separadamente;
- A montagem do RBA é trabalhosa mesmo para quem tem experiência;
- Embora tenha USB C, o chip não tem suporte a fast charging.
Glossário:
- Pod system: É um tipo de cigarro eletrônico bastante compacto;
- Mod: A peça que abriga o chip, bateria e comando do cigarro eletrônico;
- All in one: Neste caso específico, eram aparelhos que concentravam todos os elementos de um cigarro eletrônico no próprio corpo, incluindo o atomizador, chip e bateria;
- Atomizador: Peça que abriga a resistência, algodão e líquido. É aqui onde o líquido é aquecido e se torna em um aerossol;
- RBA: Sigla que significa Atomizador de base reconstruível. É uma categoria de atomizador;
- MTL: Um estilo de puxada, do inglês mouth-to-lung, ou boca-para-o-pulmão. Bastante similar ao do cigarro convencional;
- DL: Outro estilo de puxada. DL significa direct-to-lung, ou direto-para-o-pulmão. Mais popular entre os usuários, similar ao do narguilé;
- Coil: Resistência metálica para o cigarro eletrônico, responsável por aquecer o líquido;
- Coilhead: Conjunto descartável de resistência e algodão.
- Dryhit: É quando ao vaporar, o algodão se encontra seco e se sente um gosto de queimado. No universo do vapor, é similar a pisar em um lego ou chutar a quina de um armário com o mindinho.
- Priming: Saturar o algodão instalado na coil para iniciar o processo de capilaridade do líquido;
- Deck: É onde se instalam as resistências um atomizador reconstruível;
- Velocity Style: É um tipo particular de deck onde se tem dois postes paralelos para a instalação da coil/resistência;